terça-feira, 15 de março de 2016

Associação Desportiva Confiança: O time que nasceu do povo e para o povo

Por: Andréia Fontes

A história mais curiosa do futebol sergipano nasce com um time que tem sua gênese no dia do trabalho, mais precisamente no dia 1º de maio de 1936, a Associação Desportiva Confiança, inicialmente centrado nas modalidades de voleibol e basquetebol. O local de sua origem é o Bairro Industrial, onde havia a fábrica Confiança. Assim nasce o time do proletariado. Seus fundadores pioneiros foram Joaquim Sabino Ribeiro Chaves, que leva o nome do estádio do clube; Epaminondas Vital e Isnard Cantalice.

Apenas a partir de 1949 é criado o time de futebol, começando com a disputa de jogos amistosos, disputando o campeonato estadual pela primeira vez em 1950 e no ano seguinte já ganha o primeiro caneco. No campeonato de 1955, após a Federação Sergipana de Futebol instituir que os dois jogos da final contra o Sergipe seriam no Estádio Adolpho Rollemberg, o Dragão resolveu desfiliar-se da entidade e em seguida acabou com o clube.

Mas quando uma instituição ganha conotação não poderia acabar assim. Um movimento grandioso é formado e as passeatas tomam conta da capital sergipana, nas quais o fundador Joaquim Ribeiro pronunciou em meio aos manifestantes a seguinte frase: "Como é para o bem de todos e felicidade maior do Confiança, o Confiança fica e a Fábrica sai, porque o Confiança não pertence mais à Fábrica, o Confiança agora é do povo".

As décadas de 60 e 70 são consideradas o tempo de Ouro, quando o clube sergipano é o mais bem sucedido em uma liga nacional, decidindo a liderança do grupo contra o Flamengo, em pleno Maracanã. A partir daí o time sofreu inúmeras mudanças, já que grandes atletas foram parar em grandes clubes do Brasil.

Assim prossegue a história de um time que já soma 20 estaduais e é uma das grandes forças do estado. “O time do povo” desperta o amor de uma torcida que se auto-identifica enquanto proletária, lutadora e guerreira. “Ser Confiança é acreditar no que ninguém acredita. A nossa história sempre foi assim. Nascemos na luta e nela nunca nos entregaremos porque temos sangue azul correndo na veia, afirmou o torcedor do Dragão, Antônio Rabelo, 48 anos. “Moro em outro estado, na Bahia, mas sou a prova de que o amor pelo Confiança não tem fronteiras, aqui é Dragão”, completou.

A geração mais nova de torcedores do time proletário também é frequentador assíduo nas competições que o time disputa. “Acompanho meu time no sergipano, copa do Brasil e copa do Nordeste”, destacou Marília Barbosa. 

Torcedoras em dia de jogo da Copa do Nordeste (Foto: Andréia Fontes).


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