“Em 2030, 50% dos postos de trabalhos na economia global podem ser ocupados por robôs”. A afirmação de Moshe Vardi, PHD israelense na área de inteligência artificial, foi feita em fevereiro, no último congresso da Associação Americana para Avanço da Ciência (AAAS), segundo The Financial Times.
A principal preocupação aqui é com relação ao desemprego e desigualdade econômica. No mesmo congresso, Vardi afirmou que "Estamos nos aproximando do tempo em que máquinas serão capazes de superar os humanos em quase todas as tarefas. A sociedade precisa enfrentar esta questão, antes que esteja sobre nós: se as máquinas são capazes de fazer quase qualquer trabalho que os seres humanos podem fazer, o que os humanos farão?".
A primeira coisa que vem à cabeça é mais tempo de lazer, porém é mais provável que um maior tempo livre venha através de subempregos ou desemprego pleno. Relatório do Fórum Econômico Mundial afirma que em 2020 a automação robótica terá feito desaparecer 5 milhões de vagas de emprego em indústrias diversas.
Quais são as chances de isto vir a tonar-se realidade? A Comissão Britânica para Emprego e Competências (UKCES) elaborou cenários para o emprego no Reino Unido em 2030 e em todos eles os níveis de estabilidade e empregabilidade são diminuídos pela automação do trabalho, com os trabalhadores mais jovens sendo os mais afetados.
Relatório da comissão afirma:
“Dentro da força de trabalho, haverá uma diferença de renda crescente e trabalhadores pouco qualificados serão os mais vulneráveis enfrentando menos oportunidades e enfraquecendo a segurança no trabalho. Uma flexibilização das regulações trabalhistas, para promover a criação de emprego, reforça a mão dos empregadores, muitas vezes em detrimento dos menos qualificados”.
Segundo a UKCES, as profissões que estarão mais em voga em 2030 estarão nas áreas de biotecnologia, materiais, tecnologia da informação e gerenciamento e tratamento de dados. E ao mesmo tempo que o mercado de trabalho exigirá uma especialização crescente, também exigirá uma interdisciplinaridade abrangente, entendendo os campos de trabalho de seus colegas.
Parece contraditório? Este é o futuro do mercado de trabalho: com um formato de ampulheta, os empregos de gerência média vão se extinguindo, enquanto os profissionais menos qualificados lutam por empregos temporários com baixa estabilidade, os trabalhadores no topo da ampulheta, que são cada vez mais disputados por empresas, recebem regalias como licença maternidade e paternidade, precisam dominar uma ampla gama de conhecimentos para diferenciarem-se do trabalho monótono e facilmente automatizável.
As 5 Profissões com Mais Possibilidades de Serem Automatizadas
Em 2013, os especialistas em inteligência artificial Carl Frey e Michael A. Osborne publicaram o estudo The Future Of Employment: How Susceptible Are Jobs To Computerisation?, onde analisaram um grande número de profissões e calcularam quais estão mais ameaçadas pela automação. Baseado nos números de empregados e probabilidades para cada profissão, elaboramos o gráfico interativo abaixo e analisamos as profissões com maiores chances de ser automatizadas até 2030.5 – Transporte de cargas
Inovações na autonomia de veículos e sistemas fazem diminuir a necessidade por profissionais transportando cargas. Caminhões, carretas, furgões e carros autônomos dispensam presença de motoristas, necessitando apenas de um profissional para realizar as entregas nos locais designados – sejam empresas de logística ou residências.
4 – Digitadores de entradas de dados
Sistemas inteligentes de reconhecimento ótico leem documentos sem a necessidade de verificação constante e convertem dados de sistemas terceiro sem grandes entraves. Espera-se que estes profissionais migrem para as áreas de análise, corrigindo possíveis erros de interpretação das máquinas, o que vai diminuir bastante o número de empregados na área.
3 – Técnicos de bibliotecas
Profissionais especializados em devolver livros ou documentos ao seu local original no acervo estão sendo substituídos por robôs simples e razoavelmente baratos, que não se cansam, percorrendo corredores ininterruptamente e com margens de erro menores que as de técnicos humanos.
2 – Verificadores de títulos e pesquisadores
Estes assistentes espalham-se por diversas áreas, do direito, passando por funcionários públicos, até assistentes de pesquisa em grandes corporações. Bases de dados estruturadas e sistemas de busca que permitem fazer buscas em documentos de forma similar ao pensamento humano irão reduzir a necessidade por esta função.
1 – Telemarketing
Atendimento ao consumidor, solução de problemas sobre produtos e solução de dúvidas nunca estiveram tão fáceis de serem resolvidos através de sistemas pela internet. Bases de conhecimento (“FAQs”), fóruns onde profissionais contratados e usuários solucionam as dúvidas uns dos outros e sistemas de inteligência artificial prometem diminuir consideravelmente a necessidade de seres humanos para estas tarefas.
Em 2013, repórteres de vários veículos noticiaram a história de Samantha, uma atendente de telemarketing altamente avançada – que inclusive negava ser um robô.
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