Por Lucas Sousa Moura
O empresário Célio França, conhecido no estado de Sergipe por tem sido o principal denunciante de um esquema de corrupção na compra de alimentação escolar da cidade de São Cristóvão, que resultou inclusive na renúncia da prefeita Rivanda Batalha, voltou ao holofotes midiáticos na cidade serrana em razão de uma nova denúncia.
Nesta
feita empresário foi detido em razão de um grande tumulto que aconteceu durante
o processo licitatório da merenda escolar em Itabaiana. Situação que o levou a
acusar Adailton Resende, secretário de administração, de agir como chefe do
batalhão da Polícia Militar.
Todo
esse processo teve início quando em reunião com Adailton, França o alertou que
a empresa Gama Distribuidora não teria entregue os produtos que foram licitados
no ano anterior. Por essa razão, segundo Célio, ela estaria impedida de
participar do processo atual. Mas Adailton afirmou que estaria fazendo uma
consulta jurídica, que para França, não seria necessária.
Chegado
o dia dos lances, Célio França solicitou ao advogado e pregoeiro responsável
pela sessão, Michael Douglas Cunha da Mota, a não participação das empresas
envolvidas no escândalo de São Cristóvão, mas o pregoeiro afirmou não haver
base legal para tanto, o que aparentemente o convenceu.
No
decorrer da sessão, Célio dava lances com preços melhores que os dos
concorrentes. Inclusive, o próprio Michael, afirmou que Célio estava vencendo
os concorrentes na maior parte dos produtos.
Segundo
o pregoeiro, a confusão iniciou-se quando chegaram ao item poupa de fruta, pois
uma das empresas estipulava um preço muito acima do que Célio ofertou. Desse
modo, os concorrentes questionaram a idoneidade da suposta fabricante do
produto. A comissão decidiu apurar. Algo, que para Célio, deveria ser
constatado depois, assim como estava acontecendo com todos os processos necessários
de revisão. No entanto, mesmo assim, França defendeu-se e disse que poderia
provar a legitimidade com uma ligação para o setor administrativo de sua
empresa. Durante a ligação, ele teria dito que precisava de tal documento para
defender-se de uma quadrilha, referindo-se a alguns dos 14 participantes do
processo licitatório, que são os mesmos citados na reportagem “Senhores da
fome” do Sbt. Nesse momento, João Marques, proprietário de uma das empresas,
que para Célio é submissa a Everaldo Gama, proferiu palavras de baixo calão
para ofender França. Quando França se aproximou de João os outros licitantes
utilizaram cadeiras para impedir que João o agredisse e a confusão
generalizou-se.
Policiamento
Michael
Douglas disse que a administração municipal entrou em contato com a polícia. Depois
disso, já com a sessão suspensa, o Secretário de Administração, Adailton,
chegou acompanhado da Polícia Militar. O pregoeiro afirma que assim que a PM
chegou, toda a equipe se retirou e não presenciou a abordagem feita pelos
oficiais.
França
passou um dia na prisão e, ainda enquanto estava lá, disse lamentar profundamente
o fato de que as prefeituras unam-se com pregoeiros, servidores e
distribuidores para retirar comida da boca de crianças carentes.
A
sessão teve continuidade no dia seguinte e outra pessoa representou a empresa
de Célio França. O pregoeiro Michael relatou que a empresa não sofreu nenhum
tipo de prejuízo com a prisão do proprietário, fato que Célio imagina que ainda
acontecerá. Além disso, aproveitou para reforçar que estava lá, único e
exclusivamente para cumprir seu trabalho e que humanitariamente fica revoltado
em saber que pessoas usam de má fé para subverter a legalidade.
O
secretário municipal de administração, Adailton Resende, foi procurado pela
nossa equipe, mas disse que só se pronunciaria com mais detalhes sobre o caso
na justiça. No entanto, fez questão de enfatizar que não estava presente e só
chegou ao final, por esse motivo a pessoa ideal a ser questionada seria o
pregoeiro.
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