quinta-feira, 17 de março de 2016

Processo licitatório da alimentação escolar em Itabaiana termina em prisão

Por Lucas Sousa Moura

O empresário Célio França, conhecido no estado de Sergipe por tem sido o principal denunciante de um esquema de corrupção na compra de alimentação escolar da cidade de São Cristóvão, que resultou inclusive na renúncia da prefeita Rivanda Batalha, voltou ao holofotes midiáticos na cidade serrana em razão de uma nova denúncia.
Nesta feita empresário foi detido em razão de um grande tumulto que aconteceu durante o processo licitatório da merenda escolar em Itabaiana. Situação que o levou a acusar Adailton Resende, secretário de administração, de agir como chefe do batalhão da Polícia Militar.
Todo esse processo teve início quando em reunião com Adailton, França o alertou que a empresa Gama Distribuidora não teria entregue os produtos que foram licitados no ano anterior. Por essa razão, segundo Célio, ela estaria impedida de participar do processo atual. Mas Adailton afirmou que estaria fazendo uma consulta jurídica, que para França, não seria necessária.
Chegado o dia dos lances, Célio França solicitou ao advogado e pregoeiro responsável pela sessão, Michael Douglas Cunha da Mota, a não participação das empresas envolvidas no escândalo de São Cristóvão, mas o pregoeiro afirmou não haver base legal para tanto, o que aparentemente o convenceu.
No decorrer da sessão, Célio dava lances com preços melhores que os dos concorrentes. Inclusive, o próprio Michael, afirmou que Célio estava vencendo os concorrentes na maior parte dos produtos.
Segundo o pregoeiro, a confusão iniciou-se quando chegaram ao item poupa de fruta, pois uma das empresas estipulava um preço muito acima do que Célio ofertou. Desse modo, os concorrentes questionaram a idoneidade da suposta fabricante do produto. A comissão decidiu apurar. Algo, que para Célio, deveria ser constatado depois, assim como estava acontecendo com todos os processos necessários de revisão. No entanto, mesmo assim, França defendeu-se e disse que poderia provar a legitimidade com uma ligação para o setor administrativo de sua empresa. Durante a ligação, ele teria dito que precisava de tal documento para defender-se de uma quadrilha, referindo-se a alguns dos 14 participantes do processo licitatório, que são os mesmos citados na reportagem “Senhores da fome” do Sbt. Nesse momento, João Marques, proprietário de uma das empresas, que para Célio é submissa a Everaldo Gama, proferiu palavras de baixo calão para ofender França. Quando França se aproximou de João os outros licitantes utilizaram cadeiras para impedir que João o agredisse e a confusão generalizou-se.
Policiamento
Michael Douglas disse que a administração municipal entrou em contato com a polícia. Depois disso, já com a sessão suspensa, o Secretário de Administração, Adailton, chegou acompanhado da Polícia Militar. O pregoeiro afirma que assim que a PM chegou, toda a equipe se retirou e não presenciou a abordagem feita pelos oficiais.
França passou um dia na prisão e, ainda enquanto estava lá, disse lamentar profundamente o fato de que as prefeituras unam-se com pregoeiros, servidores e distribuidores para retirar comida da boca de crianças carentes.
A sessão teve continuidade no dia seguinte e outra pessoa representou a empresa de Célio França. O pregoeiro Michael relatou que a empresa não sofreu nenhum tipo de prejuízo com a prisão do proprietário, fato que Célio imagina que ainda acontecerá. Além disso, aproveitou para reforçar que estava lá, único e exclusivamente para cumprir seu trabalho e que humanitariamente fica revoltado em saber que pessoas usam de má fé para subverter a legalidade.
O secretário municipal de administração, Adailton Resende, foi procurado pela nossa equipe, mas disse que só se pronunciaria com mais detalhes sobre o caso na justiça. No entanto, fez questão de enfatizar que não estava presente e só chegou ao final, por esse motivo a pessoa ideal a ser questionada seria o pregoeiro.

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