terça-feira, 15 de março de 2016

Projeto transforma vidas através de prática esportiva



Por Cleilson Lima

O Projeto Despertar nasceu em 2005 e continua até os dias atuais. O projeto que também trabalha com o xadrez, surgiu para suprir as necessidades educacionais de crianças carentes do conjunto Fernando Collor, em Nossa Senhora do Socorro-SE. Um ano após seu início e inserção do xadrez, alguns dos atletas já estavam disputando os Jogos da Primavera, maior competição do estado e que garante vaga para os Jogos Escolares Nacionais. 

Lucas William Ferreira que tem 20 anos e participa há cerca de 10 anos do projeto, contou em entrevista a importância do xadrez na vida dele. 

Repórter: Foi o primeiro esporte que praticou de forma incisiva?
 Lucas William: Meu primeiro esporte e paixão. A paixão de quase todo menino brasileiro é o futebol e a minha também era, mas o xadrez me deu várias oportunidades e virou meu outro sonho. 

R: A escolha pelo xadrez causou algum tipo de estranheza para a família ou amigos, já que foge dos esportes mais tradicionais no país?
 L.W.: Não. Tive todo o apoio familiar e de amigos, até mesmo porque o núcleo de amigos que tenho até hoje também jogam. O que geralmente acontecia era que quando eu falava que jogava xadrez, as pessoas já diziam: ‘nossa... “Então você é inteligente”. Coisa que não acho que sou, mas reconheço que o xadrez ajuda e muito no raciocínio, isso não dá para negar. 

R: Disse que no seu núcleo de amigos muitos jogavam, consequentemente eram adversários nas competições. Qual a sensação de jogar uma partida oficial contra alguém com quem treinava diariamente?
 L.W.: Isso mesmo. Só sabe quem passa. É uma sensação estranha, porque uma hora você está no grupo de amigos “resenhando” e quando menos espera, ele se torna adversário. É meio complicado, pois um sempre está torcendo pelo outro e chega essa hora e temos que nos enfrentar, podendo tirar o outro da competição, aí fica chato. Mas quando nos enfrentamos, é como se fossem dois gladiadores em uma batalha no Coliseu, sempre com muito respeito e independente do resultado final, a amizade prevalece. 

R: É mais “aceitável” perder para alguém próximo, um amigo de treino, por exemplo, que perder para um desconhecido?
L.W.: Depende do momento, do dia, ou até mesmo da rivalidade sadia que se tem. Mas, é mais aceitável mesmo, pelo menos, em minha opinião.

R: Disse que o xadrez te deu oportunidades e alegrias. Poderia citar algumas delas?
L.W.: Deu-me uma grande oportunidade que foi a de estudar em uma das grandes escolas particulares de Aracaju e conhecer novos lugares. E uma das maiores alegrias, foi ganhar os Jogos da Primavera e poder representar o estado de Sergipe nas Olimpíadas Escolares, competição nacional. 

R: O esporte te ajudou nos estudos?
L.W.: Bastante! Não só na aprendizagem em virtude da escola que fui como também à concentração. 

R: Já praticou outros esportes?
L.W.: Já sim. E ainda pratico. 

R: Quais as principais diferenças que você observa?
L.W.: O xadrez é menos físico e mais estratégico. É uma batalha, uma luta por posicionamento. Já os outros, como por exemplo, o futebol, é mais físico, usa estratégia também, mas nem todos colocam em prática na hora da partida. 

R: A partir de sua experiência, acredita que o esporte tem o poder de transformar a vida das pessoas?
L.W.: Acredito que sim e transformam bastante!

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