quinta-feira, 17 de março de 2016

Entrevista exclusiva com Célio França


Célio França tem 50 anos e é bacharel em Direito. É casado com a psicóloga Dayane França com quem tem três filhos. Foi presidente da Associação Desportiva Confiança, time pelo qual conquistou o tricampeonato sergipano consecutivo. Desde 1986 está ligado ao setor atacadista de gêneros alimentícios. Seu nome tornou-se mais conhecido graças a uma denúncia que fez ao programa do SBT, Conexão Repórter, apresentado por Roberto Cabrini. Na matéria produzida com base em suas denúncias foi desmontado um sistema de fraude em licitação de alimentação escolar na cidade de São Cristóvão. Recentemente, voltou ao centro da mídia por se envolver em uma confusão em um processo de mesmo conteúdo na cidade serrana. Em entrevista com detalhes exclusivos ele nos conta o que aconteceu. Confira:

LabJor: O senhor se envolveu em uma confusão em Itabaiana durante um processo licitatório da merenda escolar. Do que realmente se tratou essa confusão em Itabaiana e porque aconteceu?
Célio França: O problema colocado ocorreu na licitação de gêneros alimentícios destinados a merenda escolar do município de Itabaiana. Assim que foi publicado o edital eu tive a preocupação de ir até a secretaria de administração de Itabaiana e conversar com Adailton Resende. Fiz assim porque já ele tinha sido pre-avisado. Eu tomei conhecimento de que a turma denunciada na matéria Senhores da Fome, que já forneciam alimentos para Itabaiana, iria para lá para criar problema com o objetivo de me insultar, me inflamar, para que acontecesse algum fato para me jogar contra a opinião pública. Eu relatei tudo isso a Adailton.
LabJor: Qual a relação de Adailton com o processo?
Célio França: Há um agravante aí, tem uma dessas pessoas denunciadas que se chama João Marques, ele nada mais é que um dos braços dos senhores da fome, ele representa Everaldo Gama, dono da Gama Distribuidora. Ele disse que dava 10% de comissão a Adailton, desde quando ele era pregoeiro em Areia Branca, já que ele executou a função lá por dois anos. Ele disse que entregava em dinheiro na mão de Adailton. E que eu viesse para Itabaiana com a certeza de que lá iria ser criado um caso e o que eu ganhasse no leilão não levaria. Tudo isso eu disse a Adailton, mas ele disse: “Não, venha! Não tem isso não”. Em outras palavras João chamou ele de ladrão. Eu ainda disse que no dia da reunião chamaria João Marque para falar tudo isso na cara dele, mas ele não se importou muito.
LabJor: Gostaria que o Senhor explicasse com detalhes como de fato ocorreu a confusão durante a sessão da merenda escolar?
Célio França: Aconteceu no momento do pregão. Durante os lances, foram feitos diversos questionamentos sobre os produtos. E sempre a resposta do pregoeiro e da mesa da comissão de licitação era: “Nós iremos encaminhar as amostras para a nutricionista caso esteja fora dos padrões, a nutricionista irá rejeitar.  Depois terá a fase de recursos e qualquer um que não achar que está correto pode entrar com os recursos”. Pois bem, chegou a hora do item poupa de frutas, que João vem ganhando todo ano, inclusive, ganhou no ano passado em Itabaiana. Neste momento eu ofereci o menor preço para o produto. Em seguida João Marques, que é aliado a Everaldo Gama, proprietário da Gama Distribuidora que é compadre de André Moura e afilhado de Amorim, disse que a marca que eu vendia não existia. Daí o pessoal da comissão se levantou e decidiu fazer uma averiguação. Aí eu disse que não seria necessário, já que a orientação anterior era aguardar e entrar com o recurso depois.
LabJor: Então o pregoeiro resolveu conferir naquele momento se a sua marca existia de fato?
Célio França: Exatamente. Para todos era necessário entrar com um recurso, mas para mim não. Tudo isso para atender ao que os senhores da fome quer? A partir daí começou a discussão.
LabJor: Qual foi a atitude do pregoeiro durante essa discussão?
Célio França: Ela foi pesquisar na internet e pediu uma nota fiscal de minha empresa. Daí eu perguntei se ela era auditora da receita fiscal para solicitar nota fiscal de minha empresa, afinal, eu não tenho que ficar abrindo sigilo fiscal para a prefeitura de Itabaiana. Daí eu percebi que estava tudo errado. Afirmei: “Everaldo Gama não forneceu merenda escolar durante todo o ano passado e vocês não penalizaram e ele. É tanto ele está participando da licitação juntamente com sua quadrilha, conforme dito pelo renomado jornalista Cabrini”. Feito isso João se levantou em direção a mim e me agrediu com palavras de baixo calão. Ai eu parti em sua direção e as pessoas que estavam lá fizeram uma barreira entre eu e ele com as cadeiras. Nesse empurra-empurra duas cadeiras voaram e atingiram a divisória fazendo um cortezinho de cinco cm e um buraquinho da cadeira.
LabJor: O Senhor foi detido por policiais do Batalhão, como chegou a esse ponto?
Célio França: A confusão foi generalizada e não dava para atribuir a culpa a ninguém. Neste momento Adailton chegou lá com o comandante da polícia. Os policiais ficaram olhando pra mim e para Adailton. Aí Adailton olhou, analisando com uma cara muito cínica, chegou a dizer que houve dano ao patrimônio publico. Adailton disse vamos todos para a delegacia fazer o Boletim de Ocorrência. Quando chegou na delegacia tentaram me enquadrar como desacato a autoridade e dano ao patrimônio público. Porque no somatório das duas penas era inafiançável. Eu não iria sair naquele dia só que a delegada disse que desacato a autoridade não houve. Como é que não houve e foi imputada a mim, a pena? Apenas para eu dormir lá. Meus advogados chegaram e no dia seguinte paguei a fiança de 10 salários mínimos e o juiz fez o relaxamento da prisão.
Na hora que eu estava sendo preso eu apontei o dedo na cara de Adailton e disse: “Se esse é o preço que eu tenho que pagar para que a comida chegue na boca das crianças de Itabaiana, ao invés de o dinheiro ir parar no bolso desses ladrões que envolvem gestores, servidores públicos e secretários, você vai mandar me prender 100 vezes Adailton”. Ele ficou rindo.
LabJor: O que o senhor acha que vai acontecer depois do acontecimento?
Célio França: Acredito que eles vão punir a empresa que eu estava representando e tudo vai cair no colo dos senhores da fome. Eles vão atribuir alguma penalidade administrativa, mas eu vou recorrer. Vou até a última instancia. O processo teve continuidade no dia seguinte. Eles fizeram diligencia e eles passaram vergonha. Ficou provado que a marca da polpa existe e nosso item polpa ganhou 40% mais barato.
LabJor: Quais serão seus próximos passos sobre esse episódio?
Célio França: Entrei em contato com o pessoal da OAB para pedir assistência, Além disso, eu e um grupo de jornalistas entraremos entrando com uma representação contra o jornalista Carlos Ferreira que disse ao vivo na rádio que eu merecia um tiro. Roberto Cabrini acompanhou minha prisão e todo o processo em tempo real e o SBT estará solicitando dos que sejam tomadas as medidas de punição a esse rapaz que foi muito infeliz e irresponsável em suas colocações. Esse rapaz não é jornalista é um pistoleiro. Eu vou aguardar os acontecimentos e Cabrini estará vindo para cá fazer entrevistas.
LabJor: O Senhor afirmou, através da mídia, que alguém lhe disse que não conseguiria dar entrevista em Itabaiana a nenhum veículo de imprensa. Quem te disse isso?
Célio França: Adailton Souza. Ele me disse que eu não daria entrevista a ninguém da imprensa porque ele sitiam os meios de comunicação. Além disso, tomei conhecimento por um grupo de jornalistas que Adailton com o prefeito de Itabaiana estão preparando um dossiê contra mim. Desde já desafio que eles encontrem qualquer ato ilícito de minha parte.

Nenhum comentário:

Postar um comentário